segunda-feira, maio 23, 2005

Listas

Para quem está habituado a ver a política pela televisão pode ser dificil perceber porque é que em Torres Vedras não existem maiores movimentações para a organização de frentes eleitorais, nome que caiu em desuso para ser substituído pelo termo politicamente mais correcto mas, de facto, enganador, coligações.
É assumido por todos, com maior ou menor frustração, o facto de há quatro anos atrás o PSD não ter ganho a corrida à câmara porque não se coligou com o CDS/PP. No entanto não nos podemos esquecer que somar partidos não significa somar votos. Da mesma maneira, somar pessoas também não significa somar mais valias às listas eleitorais, até porque nem toda a gente se dá ao trabalho de vasculhar as listas completas para poder encontrar quem a nível nacional apoie o um Bloco para depois aparecer nas listas da Coligação que não existe.
Agora, volta à discussão a formação das frentes eleitorais e respectivas listas. O PSD, na convicção que ganhou as eleições passadas, apesar de ter passado quatro anos numa posição em que quase nada conseguiu influenciar na gestão camarária, parece aprestar-se para recorrer ao artifício da "equipa que ganha não se mexe". O PS, na convicção de ter perdido, e mesmo assim ter conseguido com as "substituições" a meio do mandato criar uma dinâmica nova e talvez nunca antes vista na frente da nossa Câmara, tenderá a confirmar esta nova força com mais alguns candidatos a vereador que estejam a altura do trabalho que tem que ser feito. O PCP, que já apresentou os primeiros nomes das listas, fez um copy-paste para que a culpa não seja de nenhuma das pessoas que fez a lista e o PP espera ansiosamente a noite eleitoral para, enjeitado pelo Eng. Calhau, possa fazer as contas e dizer de novo que com eles, o poder mudava de mãos.
O Concelho de Torres Vedras tem demonstrado ser de ciclos. Ora é o poder que não muda, ora é a oposição que não se transforma. Que cada partido se prepare o melhor que conseguir para os quatro anos que aí vêm e que não se ponha desde já a colocar as culpas no quintal do vizinho.

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