domingo, maio 29, 2005

Por uma "perestroika" em Torres Vedras

Governar é comandar, não é operar, por assim o entender considero que neste período próximo das eleições autárquicas, deverão ser criadas novas formas de debate para injectarmos dentro da administração um espírito de mudança.

Considero que se deverá fomentar uma “perestroika” na governação do território torreense.Esta mudança deverá ter a sua acção nestes níveis:
- politico;
- administrativo;
- organização;
- processos de trabalho;
- e, pessoas.

Para a realização deste debate entendo que devemos abstrairmo-nos dos seguintes conceitos incutidos na nossa sociedade:
- o conceito despesista – onde a gestão pública deverá ser melhorada e reorganizada, com o aumento dos orçamentos e a assunção de novas responsabilidades;
- o conceito minimalista – onde se abdica das funções públicas, se privatiza quase tudo, e se reduz estrategicamente as funções públicas;
- o conceito empresarial – em que se afirma que o acto de governar é como gerir uma empresa;
- o senso comum – de que os funcionários são uns incompetentes e não querem trabalhar.

Espero pois com os diversos contributos neste blog tenham o objectivo de criar um debate ideológico e em contributos que permitam uma melhor acção cívica e projectem acções para um desenvolvimento integrado da nossa terra.
Nos próximos "posts" levantarei algumas questões que gostaria de ver discutidas.

segunda-feira, maio 23, 2005

Listas

Para quem está habituado a ver a política pela televisão pode ser dificil perceber porque é que em Torres Vedras não existem maiores movimentações para a organização de frentes eleitorais, nome que caiu em desuso para ser substituído pelo termo politicamente mais correcto mas, de facto, enganador, coligações.
É assumido por todos, com maior ou menor frustração, o facto de há quatro anos atrás o PSD não ter ganho a corrida à câmara porque não se coligou com o CDS/PP. No entanto não nos podemos esquecer que somar partidos não significa somar votos. Da mesma maneira, somar pessoas também não significa somar mais valias às listas eleitorais, até porque nem toda a gente se dá ao trabalho de vasculhar as listas completas para poder encontrar quem a nível nacional apoie o um Bloco para depois aparecer nas listas da Coligação que não existe.
Agora, volta à discussão a formação das frentes eleitorais e respectivas listas. O PSD, na convicção que ganhou as eleições passadas, apesar de ter passado quatro anos numa posição em que quase nada conseguiu influenciar na gestão camarária, parece aprestar-se para recorrer ao artifício da "equipa que ganha não se mexe". O PS, na convicção de ter perdido, e mesmo assim ter conseguido com as "substituições" a meio do mandato criar uma dinâmica nova e talvez nunca antes vista na frente da nossa Câmara, tenderá a confirmar esta nova força com mais alguns candidatos a vereador que estejam a altura do trabalho que tem que ser feito. O PCP, que já apresentou os primeiros nomes das listas, fez um copy-paste para que a culpa não seja de nenhuma das pessoas que fez a lista e o PP espera ansiosamente a noite eleitoral para, enjeitado pelo Eng. Calhau, possa fazer as contas e dizer de novo que com eles, o poder mudava de mãos.
O Concelho de Torres Vedras tem demonstrado ser de ciclos. Ora é o poder que não muda, ora é a oposição que não se transforma. Que cada partido se prepare o melhor que conseguir para os quatro anos que aí vêm e que não se ponha desde já a colocar as culpas no quintal do vizinho.

quinta-feira, maio 12, 2005

Um contributo para a cidadania

Tenho 46 anos. Nasci, morei e vivo na Cidade de Torres Vedras, na Freguesia de São Pedro.
Tenho como referência e um dos dias mais felizes da minha vida o 25 de Abril de 1974.
Foi o fim da Guerra Colonial que já estava a atormentar a minha família, foi a Liberdade, foi a possibilidade de podermos votar e escolher os nossos governantes. Cometi os normais exageros da época. Estive filiado na UEC até 1978, desde essa data nunca mais tive nenhuma ligação partidária.
Quis criar o meu espaço de liberdade, fundei com um grupo de amigos o Jornal Área e a Cooperativa de Comunicação e Cultura, fiz rádio pirata.
Desde há alguns anos tenho estado ligado à Associações de Pais e Encarregados de Educação, actualmente sou o Presidente da Associação de Pais das Escolas Secundárias de Torres Vedras. Profissionalmente sou consultor de organização e informática e Responsável Comercial do Sector Público de uma Multinacional de Tecnologias de Informação.
Entendo que as Administrações Públicas estão actualmente perante o seu maior paradigma que é estarem abertas à participação do cidadão comum no debate e tomada de decisão e na difusão do conhecimento, juntando aos meios tradicionais de comunicação as facilidades que nos dão as novas tecnologias.
Que meios, que atitudes deverão ter as autoridades locais para aumentar a participação democrática do cidadão?

domingo, maio 01, 2005

Torreense por Opção

Nasci na Benedita, Concelho de Alcobaça e moro em Torres Vedras desde 1999.
Sou professora de Matemática e integro o Órgão de Gestão de um Agrupamento de Escolas. A Educação e a área da Juventude, em particular a sua participação activa na sociedade, são temas que estão no centro das minhas preocupações diárias.
Não tenho qualquer filiação partidária. À questão “em que partido voto?” respondo com alguma hesitação. A única certeza de resposta é “voto”.
Conseguir uma discussão útil, criativa e sólida, fora do contexto partidário, tendo como base a melhoria do Concelho de Torres Vedras, é o objectivo deste espaço.

B.I.

Desde os 17 anos que tenho participação activa na vida pública de Torres Vedras. Fui militante do PCP e da JCP tendo tido responsabilidades em ambas as organizações, quer a nível concelhio quer a nível distrital. Em 2002, por evidente desacordo entre o caminho tomado pelo partido e o caminho que eu defendia, deixei de ser militante. Hoje em dia vejo-me situado no espaço vazio das esquerdas.
Não deixo, por isso, de expressar as minhas propostas e as minhas opiniões sobre o que se passa e o que se deveria passar na vida do nosso concelho. Por isso mesmo, a ideia de um manifesto que proponha, fora do espaço dos partidos políticos, um projecto político para Torres Vedras, tem toda a razão de ser.
Que seja um espaço um espaço diverso e controverso, uma maneira eficaz de se construir cidade!